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Introdução das Artes Marciais Chinesas em Uberlândia

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    O início da história de práticas mais regulares de artes marciais chinesas em Uberlândia coincide com o período de grande desenvolvimento econômico e crescimento demográfico na cidade a partir de meados dos anos 1970. Este fenômeno esteve relacionado a melhorias na BR-050, que ligava a região à Anhanguera, em direção a São Paulo, e à BR-040, em direção à capital, Brasília. A partir de então, a região passou a atrair migrantes de várias regiões do país, oferecendo oportunidades de trabalho e negócios.


    Em meados da década de 70, também vivia-se, no Brasil e o no mundo, o auge da chamado Kung Fu Fever, estimulada pelo fenômeno cultural dos filmes de artes marciais. Uberlândia não foi exceção e suas salas de cinema, como a do antigo Cine Regente, na Rua Machado de Assis, traziam para a cidade os sucessos de bilheteria da época.

    Outras artes marciais já estavam estabelecidas na cidade, como a Capoeira, expressão do rico legado cultural de matriz africana da região e do Brasil. Das artes asiáticas, destacavam-se as japonesas do Karatê e do Judô, introduzidas regionalmente pelo Sensei Kimifuco Takey e outros professores que foram se estabelecendo na região.


   O primeiro professor a ensinar regularmente Kung Fu na cidade foi um descendente de japoneses, natural da região Sul do Brasil, Mestre Nilo Nakao. Alguns dos professores mais antigos de artes marciais chinesas ainda atuantes na cidade, como Sebastião (Lai Kung Fu), Niltoamar (Nanbei Wudao) e Antônio (Mei Huá Quan) chegaram a praticar com o Mestre Nakao o seu “Nan Chuan Shaolin Tzú” (como era conhecido o seu estilo) na academia Budokan. Mestre Nakao também era amigo de outro professor pioneiro na região, o paulistano de pseudônimo Ma Tong Hua, que reside e ensina em Uberaba desde o início dos anos 70, espalhando o seu Liu He Quan para várias cidades da região, como Perdizes, Sacramento, Ituiutaba e outras.


    A partir da segunda metade dos anos 80, as artes marciais chinesas, em Uberlândia, atingiram um novo patamar. Isso foi devido ao início da atuação do Mestre Huang Yu Sheng como professor de Kung Fu na cidade. Era a primeira vez que se tinha, na região, um professor nativo da própria China, que começou a prática de Kung Fu na infância, em sua terra Natal, em contato com mestres e escolas de grande importância em Taiwan.


    Mestre Sheng imigrou para o Brasil no final dos anos 70, ainda bastante jovem, junto com os seus pais. Primeiramente, residiu em Brasília, onde também pode estabelecer contato com mestres chineses de Wushu, como Wang Hsiao Po, e de Tai Chi Chuan, como Zhao Deming e Moo Shong Woo. Após sua vinda para Uberlândia, ingressou no curso de Medicina da UFU e suas primeiras turmas de Kung Fu faziam aulas nas ruas do bairro Umuarama, antes da abertura de suas academias, no centro da cidade.


    A Wushukuan, como ficou conhecida a escola de Mr. Sheng, conseguiu bastante sucesso, chegando a funcionar em três turnos, com turmas lotadas, durante praticamente duas décadas, oferecendo exclusivamente modalidades de artes marciais chinesas, como o seu Zhong Wudao (do Mr. Lin Zhong Yuan, de Taiwan), o Tanglangquan (Louva Deus), o Tai Chi Chuan e o Shuaijiao. Neste período, participou de grandes momentos estruturantes do Kung Fu no Brasil, como a criação das confederações brasileiras de Wushu e de Kuoshu. Estabeleceu parecerias regionais, nacionais e internacionais importantes e participou da formação de gerações de praticantes de alto nível na cidade.

  1. Logomarca da profa. Beth Li.

  2. Logo Liga Mineira de Tai Chi

    Logo da Liga Mineira Estilo Yang de Tai Chi Chuan, presidida pela Profa. Beth Li

  3. Beth Li na capa da edição n. 26 da revista Tai Chi Brasil, editada no Paraná. A revista é um dos principais veículos de divulgação do Tai Chi no Brasil há décadas e foi desativada pelo seu editor em 2019.

  4. Beth Li praticando Taijijian (Espada Tai Chi) no Parque do Sabiá.

  5. Praticando Tai Chi no Parque do Sabiá, em Uberlândia.

  6. Beth Li em visita (para estudo e treinamento) às montanhas Wudang, na China, berço lendário das Artes Marciais Internas, do Tai Chi Chuan e abrigo de diversos templos Taoístas. As montanhas com os seus templos são patrimônio histórico mundial da UNESCO.

  7. Beth Li em Pequim, capital da China, visitando a Cidade Proibida, palácio dos imperadores chineses durante as Dinastias Ming e Qing, símbolo do poder político na China e um dos cartões postais do país.

  8. Beth Li em visita (para estudo e treinamento) às montanhas Wudang, na China, berço lendário das Artes Marciais Internas, do Tai Chi Chuan e abrigo de diversos templos Taoístas. As montanhas com os seus templos são patrimônio histórico mundial da UNESCO.

  9. Entrega do Título de Cidadã Honorária à Beth Li (ao lado de sua mãe) pelo ex-prefeito, Zaire Resende, e o Vereador Adriano Zago.

  10. Documento do título de Cidadão Honorário de Uberlândia, conferido à Beth Li em 2013, na Câmara Municipal, em virtude de seus projetos na área de saúde, envolvendo Tai Chi Chuan e Chi Kung.

  11. Beth li recebendo certificado das mãos dos professores Roque Severino e Ângela Soci, diretores da SBTCC e representantes da Família Yang no Brasil e na América do Sul.

  12. Beth Li recebendo certificado das mãos da Professora Ângela Soci na sede campestre da SBTCC, em São Paulo. Na sede campestre também funciona um Templo Budista de linhagem Tibetana, pelo qual o professor Roque Severino é responsável como Lama.

  13. Beth posando para foto, em evento na China, junto ao Mestre Yang Zheng Duo, filho do Mestre Yang ChengFu e descendente direto da linhagem do Mestre Yang Luchan, fundador do Tai Chi Chuan da Família Yang. Mestre Yang Zheng Duo é avô do Mestre Yang Jun, atual detentor do Estilo da Família e foi também professor da professora Ângela Soci, da SBTCC, primeira brasileira a estudar diretamente com um mestre da família Yang na China.

  14. Beth Li junto ao Mestre Huang Yu Sheng e sua família, em Uberlândia (Parque do Sabiá).

  15. Um dos espaços em que Beth Li atuou como professora foi na Budokan, em Uberlândia, uma das mais antigas academias de artes marciais da cidade. Nesta fotografia, ela aparece com outros professores, de outras artes marciais, que atuavam com ela na academia.

  16. Beth Li junto à equipe da SBTCC e os professores Roque Severino e Angela Soci em evento (campeonato) na China.

  17. Beth Li, no parque do sabiá, com algumas de suas primeiras alunas que se formaram instrutoras de Tai Chi Chuan pela SBTCC e ajudaram a fundar a Liga Mineira Estilo Yang de Tai Chi Chuan.

  18. Beth Li com o professor Fernando de Lazari (Ribeirão Preto) e o Mestre Yang Jun, sexta geração da Família Yang de Tai Chi Chuan, descendente direto de Yang Luchan e Yang Chengfu.

  19. Beth Li, além de dedicar-se ao Tai Chi Chuan, é curiosa com diversos outros tipos de artes marciais. Começou no Judô, praticou Kung Fu, Aikidô e também é adepta do arco

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